A história de como a área de Marketing se inspirou nos conceitos para desenvolvimento ágil de softwares (da área de TI), adotando uma de suas metodologias para agilizar processos e alcançar melhores resultados.
“Metodologia ágil” é um termo muito comum para as equipes de desenvolvimento e empresas de tecnologia. No início dos anos 2000, um grupo de 17 programadores se reuniu em um resort em Utah para beber, esquiar e discutir o método ágil de ser. Desse encontro, surgiu o Manifesto do Desenvolvimento Ágil. Essa ideia apareceu do cansaço que eles sentiam ao perder muito tempo seguindo metodologias e processos e deixando de entregar o melhor para o usuário, especialmente porque tinham que seguir um escopo de trabalho que mudava muitas vezes durante a realização do projeto. O Manifesto passou a valorizar:
– Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas;
– Software em funcionamento mais que documentação abrangente;
– Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;
– Responder a mudanças mais que seguir um plano.
E foram definidos 7 valores fundamentais para os processos ágeis:
Antes disso, nas décadas de 80 e 90, com o crescimento da indústria de software, já tinha sido desenvolvida uma forma de organizar os processos. Semelhante aos processos da engenharia mecânica e de indústria. O modelo de cascata (waterfall) dividia o desenvolvimento em etapas. E, só quando uma etapa era terminada, outra era iniciada. Nessa época, surgiram alguns métodos alternativos para a cascata tradicional, como Scrum, Framework, Kanban e Extremme Programming. Hoje essas ideias que são conhecidas como “Agile”. E a área do marketing vem adotando esse conceito de TI para melhorar sua gestão, juntamente com os princípios definidos pelo Manifesto.
Aqui listamos de forma sucinta algumas das técnicas mais conhecidas de metodologias ágeis. Existem diversas outras e, para aplicação no seu negócio, é preciso realizar uma pesquisa mais aprofundada e ver qual se encaixa da melhor maneiro no perfil da sua equipe de marketing (ou vendas), assim como é possível fazer uma mescla entre várias, inclusive se utilizando de aplicativos já disponíveis no mercado.
Os projetos são divididos em Sprints, que são ciclos de duas a quatro semanas, geralmente. As tarefas a serem feitas em um projeto ficam numa lista backlog. No início de cada Sprint é necessário planejar e priorizar as tarefas que serão feitas no primeiro momento, ordenando as tarefas que estão no backlog. O Scrum necessita que sejam realizadas reuniões de acompanhamento. Como o Daily Scrum, em que a equipe verifica o que já foi feito no dia anterior e identifica o que fazer no atual. Também existe o Sprint Review Meeting, que acontece no final de cada Sprint (ciclo/período). Depois, para encerramento e planejamento do próximo Sprint acontece o Sprint Retrospective e o Sprint Planning.
Para as reuniões diárias e semanais, é importante a reflexão de todos os colabores sobre questões como: “O que consegui entregar hoje?”, “Quais obstáculos surgiram? O que é preciso fazer para que eles não aconteçam novamente”, “Foi possível entregar tudo que planejamos?”, “Qual a velocidade do time? É possível mensurar melhor quanto cada um pode entregar?”.
Sistema visual de cards, que podem ser até post-its. Começou a ser adotado no Toyotismo, e é muito utilizado até hoje, contando já com ferramentas online para facilitá-lo. Divide-se em 3 colunas: To do (para fazer), doing (fazendo) e done (Feito). Cada card (tarefa) deve ser movido de coluna conforme seu andamento. É importante definidir um limite do número de tarefas que cada colaborador pode ter em andamento.
Criado na década de 90 e suportado por 3 pilares: agilidade no desenvolvimento, economia de recursos e qualidade do produto final. Prioriza a simplicidade de códigos e a segmentação das entregas. O planejamento do XP é feito por meio de metáforas e histórias (semelhante ao storytelling em Marketing) para que todos encontrem a solução em conjunto. Geralmente o desenvolvimento é realizado em duplas, para evitar retrabalho e encontrar erros com mais rapidez.
Na pesquisa State of Agile Marketing, uma das perguntas foi sobre os principais benefícios da utilização de processos ágeis pelos setores de marketing. As respostas foram bem diversas, mas é possível separar as principais melhorias em:
Nunca adicionar tarefas que não são urgentes no meio de um Sprint. Sempre priorizar o planejamento de acordo com o impacto de cada entrega. Cada colaborar possuir autonomia sobre o próprio Sprint, mas o gestor ser o responsável por validar e testar novas ideias (conceito de MVP). Se surgir uma nova ideia anote-a imediatamente no Backlog para não esquecê-la. Procure definir um ritmo para toda a semana e, cada note que não está dando conta, compartilhe com o time para procurarem uma solução antes da reunião semanal. Antes das reuniões diárias toda equipe deve estar com suas atividades atualizadas na plataforma escolhida (como Trello, por exemplo).