O posicionamento e gestão da marca, ou branding, são estratégias fundamentais para garantir a visibilidade e valorização do seu negócio. Entender os arquétipos de Jung e como eles podem ser aplicados no universo empresarial é uma das técnicas de neuromarketing que pode ser a solução para fortalecer a imagem do seu negócio e se posicionar de maneira inteligente.
Neste artigo, você entenderá como este conceito desenvolvido para a psicologia tem tudo a ver com o fortalecimento do branding. Entenda o que está por trás de grandes marcas como Netflix e Coca Cola, que simplesmente faz com que os clientes queiram se relacionar com a empresa. Boa leitura!
No início do século passado, o psicólogo Carl Gustav Jung percebeu que em nossa transmissão de conhecimento (contos de fadas, fábulas e histórias de um modo geral), existia uma padronização de personagens, assim como animais indicam determinadas qualidades. Por exemplo, a astúcia da raposa.
A partir daí ele desenvolveu a teoria dos arquétipos. Neste estudo, Jung mostra como que, através de uma herança psicológica de nossos antepassados, somos capazes de fazer essa associação inconscientemente.
Jung enumerou 12 arquétipos principais.
Encontramos traços destes arquétipos em histórias, por exemplo, como a de Gandalf, do Senhor dos Anéis, que pode ser identificado como o Mago, enquanto Indiana Jones seria o Explorador. Pessoas públicas também costumam apresentar um arquétipo marcante, como é o caso de Steve Jobs, que tinha o arquétipo do Inventor e Marilyn Monroe, que tinha o arquétipo da Amante.
O mundo das marcas não ficou separado da teoria dos arquétipos, pelo contrário, vemos que até mesmo a criação da identidade visual é influenciada por este universo. Isso vai desde a escolha das cores da empresa até os símbolos que ela escolhe para se posicionar.
Com o marketing digital, percebemos que esse modelo ficou ainda mais evidente, pois agora as pessoas se relacionam com as marcas como se fossem outras pessoas. Assim, os arquétipos de Jung aplicados no universo empresarial, também conhecido como arquétipos de marca, ajudam a reforçar o posicionamento do seu empreendimento (tanto para orientar o público interno quanto para se expressar com o público externo).
O arquétipo da marca ajuda a ir além dos produtos e serviços que uma empresa oferece, ele ajuda a falar de propósitos. As pessoas se identificam muito mais e têm uma excelente experiência quando percebem com clareza qual é a personalidade da empresa.
Agora que você já percebeu o quanto vale a pena investir em um arquétipo de marca para a sua empresa, confira o que cada um deles fala para o público. Lembrando que assim como na vida real uma pessoa vai se encaixar em mais de um arquétipo, a marca também pode ter mais de um perfil. O importante é que você aposte em um deles para se comunicar com o público.
Uma marca inocente é autêntica, espontânea e transparente. A Dove talvez seja um exemplo interessante. Em vez de investir em promessas milagrosas, como é comum nessa segmentação de mercado, a empresa aposta no discurso de valorizar a beleza real de cada um.
Estudioso, antenado e que valoriza o conhecimento: um negócio com o arquétipo do sábio demonstra autoridade. Como exemplo podemos ver o Google, que tem como meta contribuir para o aprendizado e a sabedoria do seu público.
Coragem é a palavra que desponta neste arquétipo de marca. O herói não só é destemido como também demonstra força e dedicação. A Nike é uma empresa que usa este arquétipo com maestria, indicando que existe um caminho para os vencedores e que todos podem seguir este caminho: just do it (apenas faça, em livre tradução).
O rebelde que traz forças disruptivas para revolucionar o mercado atual. Este arquétipo pode ser bastante desafiador no universo empresarial, mas quando encontra seu poder, se destaca de maneira exclusiva. Este é o caso de grandes marcas como o Nubank, a Red Bull e a Harley Davidson. A ideia é sair do lugar comum, quebrar com aquilo que não funciona e se destacar pela genialidade sem se importar com as consequências.
Rotina definitivamente está fora do dicionário neste arquétipo. O explorador transmite ares de liberdade, seu objetivo é buscar o novo, partir para aventuras, desbravar o que há de melhor fora e dentro (autoconhecimento). A Land Rover se posiciona com naturalidade neste arquétipo, associando-se, inclusive, com o contato com o mundo selvagem.
Mistério, inovação e muita magia estão presentes quando a marca apresenta o arquétipo do mago. A Disney carrega essa força em seu DNA e mostra o quanto é possível vender sonhos e que o público aprecia o mundo mágico onde tudo é possível. Além do universo dos entretenimentos, áreas que estão em busca de conhecimentos além do cotidiano como tecnologia, religião e ciência também podem usar este arquétipo com maestria.
Ao contrário da maioria dos arquétipos de marca, este é o caso do destaque por ser igual. A pessoa comum se infiltra na sociedade e reforça seu poder pela proximidade, como se entendesse o cotidiano do seu público. As Havaianas e Bombril são duas marcas que apostam neste arquétipo.
Intimidade, ousadia e uma sensualidade que demonstra a capacidade de despertar o desejo. O arquétipo de marca do amante vende exclusividade, reforça a exclusividade e diferenciação de seus produtos e serviços. A Victoria's Secret e Chanel são dois grandes exemplos.
Irreverente, despreocupado e acessível. O arquétipo do bobo tem o objetivo de atingir seu público com humor. Um exemplo que conseguiu alcançar este posicionamento é a Netflix, uma marca que conversa com seu público pelas redes sociais, além de ter uma estratégia de inbound marketing focada em conteúdos descontraídos e ao mesmo tempo simples.
Instituições sociais e a área da saúde tendem a adotar este arquétipo. O cuidador tem uma pegada mais humanizada e aposta na ajuda ao próximo como foco da sua jornada. Em um tom que às vezes chega a ser maternal, percebemos valores altruístas e de generosidade. A Johnson's é um exemplo que se conecta com o público por este lado emocional.
Novas ideias não faltam e limite é algo para ser transposto quando o arquétipo de marca é o criador. A ideia é mostrar a capacidade de sair da caixa para encontrar um universo de possibilidades. A Lego é uma empresa que representa este arquétipo.
Líder de mercado, o governante é aquele que tem um tom mais paternalista, oferecendo poder, status e ostentação. Este arquétipo oferece organização, segurança e estabilidade. A Volvo e a Mercedes-Benz são duas marcas que apostam neste posicionamento.
Cada vez mais o público se relaciona com as empresas de maneira pessoal. Por este motivo, o cliente está cada vez mais consciente em sua busca de marcas que estão alinhadas com seus próprios valores. Assim, o arquétipo de marca funciona, pois reforça este posicionamento do negócio, aumentando a visibilidade e facilitando a conexão com o público da empresa.
Gostou de conhecer mais sobre os arquétipos de Jung e como eles podem ser aplicados na sua empresa? Como você deve ter percebido, a teoria do arquétipo de marca ajuda a personalizar seu negócio, posicionando-o de forma estratégica.
Para melhorar a gestão da sua marca, convidamos você a conhecer nosso artigo sobre branding, entenda a importância da construção da marca!