Nos anos 40, 4 Ps primordiais foram inventados na área do Marketing: Produto, Preço, Promoção e Praça. Apesar destes 4Ps terem sobrevivido por um longo tempo, o mundo tornou-se muito mais dinâmico e mudanças começaram a acontecer (que bom!). E a transformação mais notória tem a ver com a internet. Processos físicos antigos têm dado lugar à agilidade dos métodos digitais. E, assim, os profissionais de marketing passaram a questionar os tais 4 Ps: será que à luz de plataformas online, com mecanismos de busca, display e mídias sociais, os 4 Ps continuam eficazes? E assim surgiram os novos Ps de Marketing. Conheça-os!
Quais são os novos 4 Ps do Marketing?
Presença
Na história do comércio, produtos eram vendidos em gôndolas de lojas com uma etiqueta de preço em cima. Os consumidores compravam em lugares físicos, em que o próprio lugar definia a relação com o cliente. Atualmente, a internet obrigou as empresas a repensarem seus modelos de negócio. O conceito de “lugar” evoluiu para uma presença constante, que chega por diversos pontos e permite aos consumidores realizar suas compras de onde quiserem, na hora que quiserem e da forma como quiserem. Ou seja, Praça tornou-se Presença: é preciso estar em todos os lugares!
Hoje os consumidores podem comprar papel higiênico por comando de voz via assistente virtual, experimentar roupas por meio de um dispositivo que combina realidade virtual com ambiente real, realizar uma pré-compra de comida para que esteja pronta para retirada assim que chegarem ao estabelecimento, etc. Até mesmo as lojas físicas estão passando por mudanças, como, por exemplo, quando clientes estão passando na frente de um display da loja e podem receber alertas, descontos personalizados e interagir através de smartphones.
Varejistas devem repensar suas possibilidades, construindo relações que transitam por ambientes físicos e digitais. No ambiente digital, velocidade, conveniência e acessibilidade tem grande importância!
Pessoal/Personalização
No passado, os produtos e bens de consumo eram fabricados em massa. Os antigos Ps funcionavam muito bem foram pensados nesta óptica e funcionavam muito bem considerando isso. No entanto, o consumidor dos dias de hoje é outro, e o novo consumidor exige um alto nível de personalização! Antigamente, tudo era pautado na massificação: produção em massa, marketing massivo e comunicação de massa. Esses conceitos simplesmente já não fazem tanto sentido com a internet.
Enquanto a internet é um oceano de informações, a personalização vem conectar intenções com interações, fazendo uma ponte. O próprio search (ato de realizar uma pesquisa na web), tem se tornado cada vez mais personalizado, caminhando até para a personalização absoluta. Já existe segmentação geográfica, por gênero, por idade, ofertas com base nos assuntos que a pessoa demonstra interesse, etc. O search se utiliza do aprendizado das máquinas para rapidamente processar quantidades gigantescas de dados e entregar resultados cada vez mais contextualizados e relevantes. Se baseia especialmente nos hábitos de pesquisa, na localização e nas informações fornecidas pelo próprio usuário, evoluindo para a inteligência artificial. O objetivo hoje é entregar um resultado altamente relevante para aquele cliente em específico, e não mais um mesmo resultado para milhares de pessoas.
O varejo atual deve ter foco na personalização. De acordo com o último relatório do eMarketer, as três principais tendências de tecnologia que terão impacto no marketing até 2020 são: mobile, personalização e internet das coisas. Ou seja, os consumidores vão dar cada vez menos importância às comunicações massivas, ganhando força as interações por meio de remarketing, chatbots e assistentes pessoais.
Predição
A palavra-chave é: dado! Quanto mais dados você tiver, melhor você pode predizer o resultado. Enquanto o Marketing dos Ps tradicionais valorizava a pesquisa de mercado, há limites humanos para organizar essas informações. Com a capacidade das máquinas de aprender e evoluir para inteligência artificial, esses limites se expandiram! Hoje, os dados se tornaram os melhores amigos dos profissionais de marketing, mas também seu pior pesadelo, visto que já é preciso lidar com toneladas de informações para decifrar seu significado.
Esta capacidade de predizer é – resultado do aprendizado das máquinas – é um elemento chave do futuro do search. Hoje estamos apenas começando a tirar vantagem do aprendizado das máquinas. Ele pode decifrar a sua intenção baseada na sua localização, no dispositivo que você está usando, nas palavras que você pesquisou, nos seus hábitos de busca, entre outros dados, para entregar resultados muitíssimo relevantes e personalizados. O nível de predição tem relação direta com a quantidade de dados que fornecemos. Quanto mais acesso permitimos ao nosso histórico, agenda, localização, dados de atividade física, etc. mais resultados “mágicos” obtemos.
A predição também oferece poderes super-humanos. Como a “correspondência de clientes”, que já permite que profissionais de marketing encontrem novos clientes perfeitamente adequados para seus produtos. Ele faz a correspondência de usuários com comportamento similar nos e-mails (ou YouTube e outras plataformas) com a sua base de clientes. E isso abre ainda outras possibilidades. Por exemplo, há seguradoras de saúde que começaram a reduzir seus preços para clientes que costumam frequentar a academia com regularidade. Mágica? Não, apenas predição com base em dados!
Privacidade
Mas conforme analisamos estes novos Ps e olhamos para o futuro, uma grande preocupação surge: a privacidade dentro do marketing digital. É fundamental que os consumidores tenham controle completo sobre seus dados pessoais e possam adaptar sua experiência de usuário baseados no nível em que eles se sintam confortáveis. Como bloqueando ou deletando cookies, por exemplo. Os avanços na personalização e na predição requerem um nível elevado de intimidade com o usuário. Assim, todos os fornecedores de tecnologia devem compartilhar suas políticas de privacidade, de forma que os usuários tenham transparência absoluta em sua relação com a empresa.