A Indústria 4.0, também conhecida como a Quarta Revolução Industrial, tem transformado a manufatura e os negócios. Ela representa a fusão de tecnologias avançadas, redefinindo a forma como as indústrias operam.
Neste guia, você terá acesso às principais informações sobre o assunto para sanar, de uma vez por todas, suas dúvidas. Descubra agora como essas inovações podem impulsionar a eficiência e a competitividade da sua indústria!
Vamos lá?
O que é indústria 4.0?
A indústria 4.0 é um conceito que diz respeito ao novo estágio de desenvolvimento industrial.
Essa nova fase é orientada pela automação, digitalização e o uso intensivo de ferramentas avançadas em busca da padronização e otimização das operações industriais.
Aqui, as tecnologias constroem fábricas inteligentes! Máquinas e sistemas comunicam-se entre si, cooperando de forma autônoma e aprendendo com os próprios erros e acertos.
Isto é, o conceito permite a criação de linhas de produção automatizadas, conectadas e adaptáveis. Com isso, haverá maior:
- Eficiência;
- Flexibilidade;
- Customização;
- Redução de custos e desperdícios;
- Qualidade do produto final.
Além disso, a gestão facilitada e o alto desempenho gerado pelas tecnologias, também asseguram precisão. Assim, será possível evitar e prever falhas, gerando uma produção mais saudável e rentável.
Segundo um artigo da Abepro, os princípios básicos do conceito são:
- Capacidade de operação em tempo real: aqui as informações e dados são coletados instantaneamente. Logo, até mesmo à distância, será possível acompanhar as operações na fábrica;
- Virtualização: com cópia virtual das fábricas, o controle e o rastreamento de todos os processos são facilitados por meio de sensores distribuídos na planta e softwares de simulação;
- Descentralização: o desenvolvimento de um ambiente cyber-físico gera o constante intercâmbio de informações. E máquinas autônomas realizam os ajustes necessários, sem a necessidade de intervenção humana, descentralizando a tomada de decisão;
- Orientação a serviços: a Internet das Coisas (IoT) integra usuários e máquinas por meio de sistemas feitos sob medida;
- Modularidade: promove flexibilidade ao possibilitar a modularidade dos processos de produção. Assim, gera uma manufatura mais dinâmica e rápida no atendimento das demandas dos clientes e do mercado;
- Interoperabilidade: refere-se a troca de informações entre os sistemas cyber-físicos por meio da IoT.
Leia também: Agronegócio 4.0: entenda o conceito e suas aplicações
Quando o conceito surgiu?
O conceito de Indústria 4.0 surgiu na Alemanha, na Feira de Hannover, em 2011. O objetivo, na ocasião, era identificar ações que tornassem a indústria alemã mais competitiva.
Conforme o CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), neste evento, foram apontadas iniciativas que tinham o intuito de reforçar as soluções tecnológicas como base para o desenvolvimento da indústria.
Dois anos mais tarde, em 2013, a Indústria 4.0 tomou forma no mesmo país e começou a ser vista como um processo fundamental para a inovação e transformação industrial.
Outros países, é claro, já estavam patrocinando diferentes projetos e estratégias que tinham o mesmo objetivo: revolucionar as fábricas. Para isso, contavam com apoio de organizações públicas, privadas, tecnológicas, centros de pesquisa e até universidades.
A evolução da Revolução Industrial
De todo modo, o conceito é um movimento natural de evolução. A indústria 4.0 é o resultado dos últimos avanços tecnológicos que podem ser percebidos pelas demais revoluções industriais.
Por exemplo:
- Primeira Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX): se resume a construção de ferrovias, a invenção da máquina a vapor e a era da produção mecânica;
- Segunda Revolução Industrial (século XIX e início do XX): impulsionada pela eletricidade e linha de montagem de Henry Ford, gerando uma produção mais ágil;
- Terceira Revolução Industrial (século XX): influenciada pelo desenvolvimento de semicondutores, computadores mainframe e pessoais, bem como a internet e a tecnologia da informação;
- Quarta Revolução Industrial (século XXI - Indústria 4.0): refere-se a digitalização e uso de novas tecnologias para conduzir e transformar modelos de produção e negócios.
Vale destacar que hoje em dia já se fala em Indústria 5.0. Esse é um conceito que aborda a relação entre máquina e humano, com o intuito de potencializar as expertises de cada um, em busca de maior produtividade e excelência.
No entanto, a Indústria 4.0 ainda é mais presente que a 5.0 porque, assim como qualquer grande mudança, o conceito demorou a ser aplicado. Infelizmente, hoje ainda há uma certa resistência à adoção de novas tecnologias.
Sendo assim, existe um caminho longo a ser percorrido com o foco na adoção por inteiro da Indústria 4.0. Vale destacar que a adoção do conceito não apenas garante a evolução de uma única empresa, mas sim, de todo o setor.
Inclusive, a previsão do crescimento de mercado da Indústria 4.0, segundo o Mordor Intelligence, é de US$241,58 bilhões em 2028. Em 2023, esse valor era de US$94,42 bilhões.
O cenário da indústria 4.0 atual no Brasil
Ainda em 2017, já era apontado que a Indústria 4.0 poderia gerar uma economia de R$73 bilhões ao ano!
Isso porque se estimava que as tecnologias do conceito são capazes de gerar uma redução dos custos com reparos, com a possibilidade de poupar R$35 bilhões ao ano.
Enquanto isso, os ganhos de eficiência produtiva correspondem a uma economia de R$31 bilhões. Já os R$7 bilhões restantes dizem respeito à redução no gasto com energia.
Um ano antes dessa projeção, em 2016, apenas 48% das indústrias brasileiras aplicam as tecnologias 4.0. No entanto, esse número, em 2021, chegou a 69%, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), citados pelo Portal da Indústria.
De acordo com a pesquisa, a falta de investimento nesse conceito é resumida por 2 principais barreiras. São elas:
- Alto custo de implementação, por 66% das empresas;
- Falta de conhecimento, clareza sobre os retornos e a estrutura e cultura da empresa, por 25%.
De lá para cá, infelizmente, parece que esse cenário não mudou muito. Hoje, 70% das linhas de produção no país já utilizam os conceitos da Indústria 4.0. De todo modo, esse é um número que precisa ser celebrado, tendo em vista os desafios apresentados.
Mas, é importante dizer que a tecnologia na Indústria 4.0 pode aumentar a produtividade na indústria em até 58%, conforme dados mencionados pela CNN.
De acordo com o Co-CEO da Tractian, na matéria, “a tecnologia na indústria é essencial para que o Brasil consiga, finalmente, ganhar competitividade no cenário mundial. Precisamos conhecer profundamente as necessidades do setor e investir pesado na construção de uma indústria mais tecnológica”.
Quais são as principais tecnologias 4.0?
As tecnologias da indústria 4.0 são, não por coincidência, os pilares do conceito. Afinal, elas são responsáveis pela automação, padronização e otimização de toda a produção.
É por meio delas que será possível aplicar todos os princípios vistos até aqui, desde uma manufatura mais inteligente até o espaço cyber-físico e a digitalização dos processos.
Sendo assim, as principais tecnologias da Indústria 4.0 são:
Internet das Coisas (IoT)
A Internet das Coisas é a grande responsável pela automação das indústrias atuais. Ela realiza a conexão de máquinas, sensores e dispositivos à internet.
Com isso, a coleta e troca de dados ocorre em tempo real, permitindo monitoramento e controle remoto de processos.
Inteligência Artificial (IA)
A Inteligência Artificial já é a mais conhecida atualmente. Afinal, ela tem sido bastante utilizada em outras áreas e ferramentas, como no Chat GPT, por exemplo.
No contexto industrial, essa tecnologia se apoia em algoritmos e aprendizado de máquina para analisar grandes volumes de dados, prever falhas, otimizar processos e personalizar produtos.
O grande diferencial dessa ferramenta é a possibilidade de geração de insights valiosos para a tomada de decisões.
Leia também: Inteligência artificial e produção de conteúdo: qual a relação?
Big Data e Análise de Dados
Já deu para perceber que a Indústria 4.0 também tem grande relação com a análise de dados. O Big Data é o conceito que abrange o alto volume de informações geradas, coletadas, armazenadas e mensuradas.
Aqui, os dados gerados, pelos sistemas de produção industrial, são centralizados, colaborando com a identificação de padrões e a assertividade da gestão.
Leia também: Data Driven: o que é e como implementar na indústria
Robótica Avançada
Já a Robótica Avançada corresponde ao uso de robôs em tarefas complexas e repetitivas, visando a automação e a alta precisão.
Manufatura Aditiva (Impressão 3D)
Com a Manufatura Aditiva e Impressão 3D é possível produzir peças e produtos personalizados em massa. Tudo isso, sem deixar de lado os designs exclusivos e únicos, aumentando o valor agregado da solução final.
Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR)
Ambas tecnologias 4.0 contribuem com a visualização de dados e modelos em 3D da produção, em tempo real, permitindo a manutenção e a inspeção de toda a produção.
Computação em Nuvem
A computação em nuvem possibilita o armazenamento e o processamento dos dados de sistemas, softwares e servidores remotos. O que promove o acesso a recursos de computação sem a necessidade de grande infraestrutura.
Cibersegurança
Está relacionado à proteção de sistemas industriais contra ataques cibernéticos. O objetivo é assegurar a integridade e a confiabilidade dos dados e operações, eliminando grandes prejuízos.
Sistemas Ciberfísicos (CPS)
Por fim, como já foi citado anteriormente, os Sistemas Ciberfísicos permitem a integração dos ambientes online como offline. Aqui, ambos espaços se integram de maneira a complementar informações.
E as aplicações da Indústria 4.0?
As tecnologias da Indústria 4.0 podem ser aplicadas de diferentes formas. Seja por meio de ferramentas e maquinário, ou por meio de análise e controle de toda a produção.
Por exemplo, a IoT pode contribuir para a manutenção preventiva dos equipamentos. E a Realidade Aumentada ajuda na construção de simulações para treinamentos e capacitação.
Sem contar que as tecnologias 4.0 podem e devem ser utilizadas na busca pela sustentabilidade.
Afinal, com maior produtividade e assertividade será possível reduzir falhas, erros e retrabalhos. O que consequentemente elimina desperdícios e colabora com a otimização de recursos naturais.
Além disso, é possível citar também:
- Máquinas automatizadas e guiadas por dados para indústrias têxteis;
- Braços robóticos para soldagem;
- Compressores mais eficientes;
- Logística com equipamentos 4.0;
- Sensores e detectores, e muito mais.
Leia também: Business Intelligence: como o BI gera vantagens para a indústria 4.0?
E não para por aí!
Como vimos, a indústria 4.0 está presente em diferentes áreas da indústria, conectando o mundo físico com o mundo digital. O Marketing, por exemplo, pode e deve ser guiado pelo conceito.
A aplicação das tecnologias aqui, como a Inteligência Artificial, ajuda na:
- Identificação de tendências;
- Fortalecimento do posicionamento digital;
- Tomada de decisão assertiva.
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